Nunca houve tanta preocupação com dados pessoais no Brasil quanto no atual momento. Em 2019, levantamento global da Unisys revelou que o índice usado para medir a sensação de segurança dos usuários na rede estava quase 50% maior que em relação a 2009.
Em um momento como a pandemia, onde a vida se tornou quase que inteiramente digital, tudo indica que essa preocupação deve ficar ainda maior, com os medos manifestos pelos usuários diante de roubo de dados, vírus, vazamentos de informações e demais perigos virtuais.
Por isso e como forma de proteger usuários e aumentar a confiabilidade das empresas e fornecedores de serviços, a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) entrou em vigor no final do ano de 2020.
Para se adequar à nova lei, muitas empresas tiveram que correr para buscar atender a todos os requisitos e poder continuar manuseando dados dos consumidores para fins de marketing dentro da legalidade.
A Todo an InComm Payments Company, líder do segmento de venda de cartões-presente no país, com forte atuação no e-commerce, conta como foi a sua experiência e que processos vivenciou para se adaptar às mudanças e dar mais segurança ao usuário.
O que é LGPD?
A LGPD, lei n°13.709, é a Lei Geral de Proteção de Dados e foi criada para trazer mais segurança a qualquer pessoa física em relação aos seus dados pessoais sensíveis na rede.
Segundo essa lei, nenhuma instituição ou empresa poderá possuir informações pessoais de terceiros como nome, e-mail e telefone sem o consentimento do usuário.
Ainda que haja consentimento, haverá, além disso, novas responsabilidades jurídicas acerca da administração desses dados.
A LGPD busca instituir o controle e uso adequado dos dados e quem infringir essa lei poderá pagar multas que chegam a casa dos 50 milhões de reais.
Portanto, essa é uma nova e importante lei e afeta todas as pessoas na rede, mas principalmente aqueles que possuem comércio online e se utilizam de dados para fins de marketing e vendas.
O usuário será cada vez mais consciente do valor que seus dados possuem e terão mais cautela ao sair preenchendo seus dados pessoais em qualquer site ou plataforma que não passe confiança.
É crucial estar por dentro de todas as regras da LGPD e saber o que sua empresa deve fazer, ou já deveria estar fazendo, para se adequar às mudanças.
Os impactos da LGPD para a comunicação de uma empresa
Consentimento do usuário, como foi dito acima, então, é a principal lacuna que essa lei busca preencher. O consentimento deve ser fornecido de forma clara, a menos que o site não venha a coletar dados pessoais, não utilize cookies, não tenha formulários de inscrição e afins, o que é bastante improvável.
O uso de programas para análise de dados como o Google Analytics já torna aqueles que tratam esses dados como responsáveis pelas informações sujeitas às penalidades dispostas na LGPD.
Os primeiros impactos da LGPD para uma empresa são:
– Criar uma política de privacidade que informe devidamente quais dados pessoais dos usuários serão coletados e os motivos.
– Informar de que forma esses dados serão armazenados e quem se responsabilizará em caso de violações.
– Relatar se os dados serão compartilhados com terceiros.
Mateus Athayde, que é head of engineering da Todo respondeu algumas perguntas acerca de como o processo de adequação se desenvolveu na empresa.
Em relação às primeiras mudanças, logo de cara, ele pontuou:
“As principais mudanças são que, atualmente, os usuários têm controle sobre quais cookies eles permitem compartilhamento ou não. Principalmente em nossos produtos de e-commerces. Em termos de operação, não somos tão afetados porque não usamos os dados de nossos usuários para nada que não seja análise de crédito ou análises internas.”
Os processos que a Todo fez
Essas mudanças em relação a aceitação de cookies são percebidas por qualquer usuário que frequente a rede e não é estranho visualizar este pedido de aceite nos endereços virtuais.
Contudo, para uma grande empresa como a Todo, as mudanças vão além disso e demandam alguns esforços. Segundo o head of engineering da empresa, assim que se soube da obrigatoriedade da LGPD, os esforços de infraestrutura se voltaram, primeiramente, no que tange ao uso de dados do usuário. Depois, a parte mais visual e de consentimento, o que mais impacta quem acessa as plataformas da Todo.
Sobre as dificuldades do processo, Mateus Athayde disse que o principal é dar o primeiro passo. Alguém dentro da companhia precisa se responsabilizar pelo projeto e conversar com stakeholders e envolvidos.
“Não se trata apenas de tecnologia. Envolve setores de tecnologia, jurídico, marketing, comercial, todos precisam estar a par das mudanças”, pontua.
Depois disso, trata-se de planejamento e execução, o que a Todo acredita ser o seu ponto forte. Isso aliado a um olhar especial para a experiência do usuário, outro braço da Todo que vem crescendo.
A visão da Todo
Em termos de experiência do usuário, será que durante o processo de adequação à LGPD, visualiza-se melhoras na plataforma e na navegação do usuário?
A Todo acredita que existe uma melhoria a longo prazo. Toda mudança que traz mais transparência ao usuário é positiva. No caso da líder no segmento de cartões-presente, aproveitou-se a oportunidade para uma melhora nas atualizações dos dados, deixando mais simples a transparência e o compliance em cenários futuros.
De maneira geral, por fim, a LGPD afeta uma empresa em dois pontos: experiência do uso do site e experiência do uso de dados.
1. A experiência de uso do site ocorre para o lado do usuário. Ele agora terá que dar o consentimento de uso dos dados, afirmando estar de acordo, e é uma etapa a mais na compra. Mas como mencionado, qualquer mecanismo que aumente a transparência no que tange ao uso desses dados vem para uma melhora a longo prazo.
2. Já a experiência do uso dos dados é bastante importante. Antes da LGPD, muitas empresas tinham negócios baseados no uso de informações que são do usuário, sem ter o consentimento do mesmo. Aqui também se ressalta que na Todo o impacto é muito baixo nesse aspecto, pois poucas informações são coletadas e o são com o objetivo de proteger o nosso cliente de fraudes ou para análises internas.
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